Alisantes de cabelo

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Alisantes são produtos cosméticos, preparações químicas com pH alcalino (acima de 12,0) portanto são preparações que alisam ou relaxam, reduzindo o volume dos cabelos

Têm em sua composição, substâncias irritantes à pele que podem causar queimaduras no couro cabeludo e também levar à quebra e queda de cabelo. Teoricamente, esses produtos se utilizados corretamente de acordo com instruções dos fabricantes e se esses produtos forem devidamente registrados na ANVISA , não devem causar danos.

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Os produtos alisantes são formados por: agente alcalino, fase oleosa e fase aquosa basicamente. Como agentes alcalinos fortes, podemos encontrar  substâncias com propriedades de alisamento mais comuns em produtos atualmente,  tioglicolato de amônio, hidróxidos de sódio, potássio,cálcio ou de lítio e hidróxido de guanidina. 

O uso do formol (formaldeído solução a 37%) não é permitido como alisante em cosméticos, somente como conservante da formulação (até 0,2%)  ou formador de resina em esmaltes (até 5%) segundo RDC 162/01 ANVISA. O formol também pode deixar os cabelos endurecidos e quebradiços pois solubiliza óleos e portanto dissolve o cimento intracelular e a membrana que envolve as fibras de queratina, tornando –as desprotegidas, sem maleabilidade e brilho. Quando era permitido o uso do formol em escovas progressivas para alisamento, este tinha a função de conservar a forma "chapada" do cabelo e não alisar, a função de alisar era da chapinha.

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A química dos alisantes

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Devido a alcalinidade dos agentes alisantes, exige-se uma emulsão bem consistente para que o alisante não escorra ou pingue em alguma parte de pele causando irritações e queimaduras.


A fase oleosa contém materiais lipídicos que conferem brilho, agentes condicionantes facilitando a penteabilidade e dão uma certa proteção à fibra capilar. A fase aquosa funciona como veículo de  transporte do ativo alcalino.

O cabelo humano é um tipo de queratina, uma fibra natural composta por cadeias polipeptídicas. O que distingue a queratina de outras proteínas é o seu alto teor de enxofre proveniente do aminoácido cistina. Queratinas são definidas como “ sistemas celulares naturais de proteínas fibrosas ligadas transversalmente pelo enxofre de resíduos cisteicos” , o que as torna altamente resistentes a ataques químicos. Para que ocorra o alisamento é necessário quebrar essas ligações, conseguindo-se assim uma nova configuração do fio do cabelo.












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cabelo pode tomar todas as formas dentro do córtex. As protofibrilas alinhadas no sentido do comprimento do cabelo são compostas de duas vezes duas cadeias de queratinas, presas no cimento intercelular. 

A coesão desse conjunto é assegurada por ligações ou pontes entre os átomos de queratina, e é isto que dá ao cabelo força e resistência. A ruptura momentânea ou definitiva de certas pontes provoca a deformação da forma do cabelo

As ligações de dissulfeto,  ligam entre si as cadeias de queratina e ligam essas cadeias ao cimento intercelular. Os agentes alcalinos provocam a separação das cadeias e do cimento que as envolvem. As cadeias de queratina tomam então uma posição diferente. Os ácidos soltam de novo as ligações de dissulfeto do cimento intercelular e fixam os cabelos em uma nova forma, e esse é o princípio de uma forma durável e do relaxamento.










































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A quebra e o rearranjo das ligações altera permanentemente a estrutura interna das proteínas do cabelo cacheado. Os alisantes atuam em duas fases: alisando a onda do cabelo e fixando uma nova configuração da fibra.  


O pH alto da emulsão intumesce o cabelo abrindo as cutículas. Isto permite que o agente alcalino penetre na fibra capilar e se espalhe até a endocutícula. No córtex, o alisante reage com a queratina, quebrando as ligações estruturais do cabelo (as ligações de dissulfeto), o que amolece e estica o cabelo. Em seguida, retira-se o agente alcalino por meio de lavagem com água e utiliza-se um shampoo neutralizante ácido (para baixar as cutículas) iniciando as ligações cruzadas de lantionina , ligações estas que fixam a nova forma do cabelo.

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Orientações da ANVISA com relação aos alisantes:

"Não utilize produtos sem registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária-ANVISA, pois eles podem conter substâncias proibidas, ou de uso restrito, em condições e concentrações inadequadas ou não permitidas, acarretando riscos à saúde.

Os produtos importados também são registrados obrigatoriamente na Anvisa.

Leia cuidadosamente as instruções na embalagem do produto verificandoprincipalmente: número de registro na Anvisa, prazo de validade, nome do fabricante, advertências, restrições e modo de uso.

Leia todo o folheto explicativo que acompanha o produto, o qual deve conter as informações a seguir:

Não aplicar se o couro cabeludo estiver irritado ou lesionado;

Usar somente para o fim a que se destina, sendo perigoso para qualquer outro uso;

Evitar contato com os olhos. Em caso de contato com os olhos enxágue abundantemente com água e consulte um médico, pois o produto pode causar cegueira;

Manter fora do alcance das crianças.

Caso haja alguma reação durante a aplicação do produto, interrompa o uso e lave os cabelos imediatamente com água corrente.

ATENÇÃO PARA A ROTULAGEM DOS PRODUTOS

Antes de comprar ou usar um alisante, o consumidor e o profissional devem conferir no rótulo do produto o número de registro na Anvisa/MS, que se inicia com o dígito 2 e pode ter 9 ou 13 dígitos.

Exemplo: M.S. (ou ANVS) 2.XXXX.XXXX ou 2.XXXX.XXXX.XXX-X.

Para confirmar se o produto está registrado regularmente, consulte o site da ANVISAwww.anvisa.gov.br, acessando o menu: Serviços/Consultas a Banco de Dados/Cosméticos e realize uma pesquisa. "

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