Impactos financeiros da COVID-19: Uma especialista da Mintel avalia a pandemia e os negócios no setor de personal care e household.
A empresa de pesquisa de mercado Mintel, divulgou recentemente uma nova pesquisa analisando o ambiente econômico atual comparando ao da grande recessão, incluindo informações sobre os indicadores econômicos que desempenharão um papel na previsão dos gastos do consumidor nos próximos meses e anos.
As pesquisas da Mintel, abrangendo a recessão de 2007-09 e os anos seguintes, sugerem que há quatro indicadores econômicos que desempenham um papel especialmente importante na previsão dos padrões de gastos do consumidor - taxas de desemprego, confiança, renda e poupança.
Do ponto de vista econômico, a recuperação depende da contenção do COVID-19. A confiança do consumidor irá demorar alguns meses, levando a uma forte contração no segundo trimestre de 2020, chegando ao terceiro e potencialmente ao quarto trimestre.
Segundo a Analista Sênior de Household & Personal care, Rebecca Cullen, da Mintel, que conversou com a Happi,
'"A turbulência econômica causada pelo surto de COVID-19 afetará enormemente a situação financeira de muitas pessoas, e isso levará a um retorno de um orçamento mais rígido, tornando-se um desafio para as marcas e serviços."
Em resposta imediata ao surto de COVID-19, a pesquisa da Mintel mostra que os hábitos de limpeza já mudaram. Isso elevou o status dos produtos de limpeza, que agora se tornaram parte da estratégia de sobrevivência dos consumidores.
"Desinfetantes, produtos de limpeza e desinfetantes para as mãos tornaram-se itens de alta demanda nos pontos de venda e on-line, impulsionados por essa atenção mais próxima à higiene pessoal e doméstica em meio à preocupações com o coronavírus. No curto prazo, os interesses naturais estão se afastando, pois os consumidores priorizam a desinfecção e a eliminação de germes para proteger sua saúde e a saúde do lar; no entanto, à medida que as preocupações com a pandemia e os consumidores voltarem às rotinas "normais", segurança e saúde voltarão a ser as principais prioridades."
No setor de cuidados pessoais, o impacto inicial do surto de COVID-19 levou os consumidores a adotar uma abordagem de "proteção e preparação", com foco principalmente em saúde e higiene e, portanto, tendo o maior impacto em categorias de cuidados pessoais preventivos, como álcool 70% para as mãos e sabonete .
" Isso foi alimentado pela boa higiene pessoal sendo amplamente divulgada como a mais forte defesa contra o vírus. Enquanto se esforçam para seguir as rotinas regulares durante o confinamento, alguns elementos das rotinas de atendimento pessoal dos consumidores podem deslizar um pouco, especialmente aqueles que se relacionam com certos aspectos dos hábitos de cuidados pessoais (ou beleza), como usar desodorante, barbear ou lavar / modelar cabelos."
Os hábitos de limpeza entre homens e mulheres foram alterados ainda mais devido à crise do coronavírus.
"Hashtags como #QuarantineBeard vêm ganhando força nas mídias sociais, à medida que os homens se inclinam para o isolamento ao cultivar pêlos faciais. À medida que as restrições são flexibilizadas, podemos esperar que muitos hábitos de cuidados pessoais e comportamentos retornem aos níveis anteriores ao COVID, no entanto, alguns hábitos podem permanecer, o que significa que as marcas precisarão se esforçar para atender às mudanças nas necessidades dos consumidores. As categorias de cuidados pessoais permaneceram em grande parte resilientes durante as dificuldades econômicas, pois a maioria dos consumidores continua confiando em produtos de higiene, como shampoo e sabonete, independentemente das oscilações no desemprego e na confiança do consumidor. Os itens essenciais de não-higiene, incluindo cuidados com as unhas, produtos e tratamentos de estilo podem ser especialmente afetados, pois os consumidores procuram priorizar seus gastos.A longo prazo, quando a economia estiver quase recuperada, as pessoas reavaliarão o que é importante. A crise mudou as atitudes dos consumidores, criando conscientização elevada e crenças alteradas sobre higiene pessoal e ambiental, já aumentando a demanda por desinfetantes e produtos de limpeza antibacterianos. No caso de compras de cuidados pessoais (como em todas as compras), os consumidores serão mais insistentes em ingredientes e reivindicarão transparência. A responsabilidade social corporativa de uma marca ou as origens éticas de um produto agirão mais uma vez como um diferencial ou até mesmo um empecilho. "
