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Nanotecnologia nos cabelos e pele – parte 1


Já reparou na quantidade de produtos para cabelos e pele lançados nos últimos tempos utilizando ativos nanotecnológicos?

Vários não é?

Mas o que é um “ativo nanotecnológico”?

É um ativo que foi “miniaturizado”, diminuído à escala nanométrica, isso quer dizer, partículas que foram encapsuladas, muito pequenas de diâmetro de 0,1 até 100 nanômetros. Um nanômetro é igual a 1 X 10-9 metro !!! Para se ter uma ideia, um átomo tem diâmetro médio de aproximadamente 0,1 nanômetro.

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Esses ativos apresentam performance superiores quando comparados com ativos convencionais. Isso acontece porque quanto menor o ativo maior a permeação dele nas camadas do cabelo ou da pele, consequentemente, maior poder e área de ação. Esses ativos por terem uma estrutura “encapsulada”, tem uma liberação no cabelo, na pele controlada e prolongada.

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Mas esses ativos, por serem tão pequenos não podem entrar na corrente sanguínea e causar algum dano à saúde?

Não ! Os ativos destinados para uso cosmético passam por longos estudos durante seu desenvolvimento . São desenvolvidos em um tamanho que permeiem mais camadas que os convencionais, mas de um tamanho que não seja suficiente para chegar até a corrente sanguínea. 
Esse tamanho de partícula para que seja um ativo cosméticos seguro é maior que 100 nm

Leia também: Nanotecnologia nos cabelos e pele - parte 3

7 passos para formular cosméticos

imagem embalagens cosméticos

Para se tornar um bom formulador cosmético é imprescindível conhecer as matérias-primas e suas interações, também saber avaliar protótipos.

Listo 7 passos básicos para ter êxito em suas fórmulas.

Passo 1: Escolha um benchmark

Um "benchmark" é uma referência de produto. Sempre existe um líder de mercado na categoria em que você está formulando e é este produto que você deve comparar com o seu. É quase impossível atualmente trabalhar na criação de um produto cosmético completamente novo em que não exista um no mercado, seja nacional ou internacional, para comparar. Uma dica é acompanhar monitoração de mercado como Euromonitor ou Mintel. Também acompanhar o que os consumidores estão comprando mais e o porquê.

Leia também: 7 Conhecimentos que todo(a) formulador(a) cosmético(a) deve ter

Passo 2: Analise seu benchmark 

Selecione generalidades e características específicas que você quer avaliar em seu benchmark. Listar as matérias-primas do rótulo também. Depois teste-o como por exemplo...

Para produtos para cabelos:

1. Tempo de enxágue;
2. Tempo de formação de espuma;
3. Característica da espuma (cremosa ou não);
4. Sensorial no cabelo durante a aplicação (penteabilidade);
5. Espalhabilidade do produto no cabelo;
6. Sensorial no cabelo após enxágue (penteabilidade);
7.Sensorial no cabelo quando seco (penteabilidade);
8.Odor antes, durante e após aplicação;
9. Aspecto do produto.

Para produtos para pele:

1. Tempo de secagem na pele;
2. Oleosidade em contato com a pele;
3. "Tack" ( pegajosidade);
4. Sensorial durante e após a aplicação;
5. "Brancura" durante a aplicação;
6. Duração da hidratação;
7. Odor após aplicação;
8. Aspecto do produto.

Leia também: Revistas cosméticas - fontes de informação

Para cada característica desenvolva uma escala de 1 a 5 ou 1 a 10. Faça o teste nos cabelos ou nos antebraços (para produtos para pele), por exemplo e ranqueie cada característica do benchmark . Repita os testes, faça análises físico-químicas também e analise criticamente os resultados.

Leia também: Teste de "meia- cabeça" ???


Passo 3: Faça protótipos

Com os resultados obtidos com o seu benchmark, faça seu (s) protótipo(s) e compare. Não faça muitos protótipos, selecione no máximo 3 fórmulas para ser mais objetivo (a).

Passo 4: Analise seus protótipos

Analise seu (s) protótipo (s) algumas vezes (mesmas análises do passo 2 incluindo as análises físico-químicas) e compare com os resultados do
imagem cosméticos
benchmark. Veja se vale a pena seguir com a (s) fórmula(s). Se valer, faça testes de pré-estabilidade como centrífuga e banho-maria por exemplo.


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Passo 5: Faça teste cego

O teste cego consiste em desidentificar o benchmark e avaliá-lo (pessoas que não conhecem o projeto a fundo como você)  juntamente o protótipo escolhido, ambos codificados . Dê as amostras codificadas, um protocolo de aplicação com as instruções e uma ficha de avaliação para os painelistas. É muito importante treiná-los com o protocolo antes  para as avaliações, se for possível. As características avaliadas podem ser as mesmas do passo 2. O importante é compilar os resultados e comparar a percepção dos painelistas sobre a sua fórmula, a do benchmark com a sua percepção.


Passo 6: Pare e volte ou siga em frente

Com os resultados do passo 5, siga com o projeto. Se sua fórmula foi bem avaliada, superior ou não teve diferença do benchmark você conseguiu seu objetivo. Se não foi tão bem, faça ajustes na fórmula, diminua ou aumente certas matérias-primas que julgar necessário ou substitua por outras e volte ao passo 2 até que seu objetivo seja atingido.

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Passo 7: Testes de estabilidade

Passo obrigatório muito importante ! Não deixe de fazer testes de estabilidade em suas fórmulas, eles garantirão ou não que seu produto ficará estável dentro do prazo de validade que estipular. Testes básicos: de geladeira, estufa, temperatura ambiente e microbiológicos são muito comuns.Os detalharei em um eBook a ser lançado em breve. Aguardem !

Leia também: Matérias-primas para cosméticos

Teste de “meia cabeça” ???

cabelos loiro preto castanho e ruivo

Quando uma empresa desenvolve um produto para cabelos é comum pedir uma “ajudinha”
aos amigos (as) cabeleireiros (as), mas como?

Depois de passar pelos testes físico-químicos, testes de performance em mechas, estabilidade, microbiológicos e dermatológicos o produto está quase pronto para ir para as prateleiras, certo? Errado ! 
Existe uma forma de colaboração das empresas com os profissionais dos salões que consiste em (resumidamente) saber sobre a aceitação do produto pelos profissionais que irão comprá-los. Empresas de grande porte tem seus próprios cabeleireiros trabalhando junto com o time de desenvolvimento: Químicos, Farmacêuticos... mas empresas pequenas costumam oferecer seu produto em desenvolvimento para ser testado em salões comerciais, antes de produzi-lo em escala industrial . 

Leia também: 7 Conhecimentos que todo(a) formulador(a) cosmético(a) deve ter

Esse teste se chama teste de meia cabeça e consiste em: O cabeleireiro seleciona um grupo de voluntários para avaliar se o que estará escrito no rótulo do produto é o que realmente proporcionará.  O responsável pelo desenvolvimento entregará um protocolo de aplicação ao profissional com por exemplo, a quantidade de produto a ser aplicada no teste, tempo de massagem ou de permanência no cabelo, como deve ser o enxágue e muitas outras orientações dependendo do produto e o treinará para avaliá-lo contra outro: metade do cabelo com o produto a ser testado e a outra metade com um padrão ou concorrente de igual posicionamento no mercado. Depois, o profissional irá avaliar características como (dependendo do produto):

- Espuma: Tipo de bolhas, duração, sensação ao toque;
- Limpeza: Detergência;
- Facilidade de uso;
- Espalhamento do produto: Sensorial;
- Facilidade de eliminação com água fria e / ou morna;
- Tempo de secagem a frio ou com secador;
- Sensação do cabelo úmido e seco: Condicionamento;
- Brilho;
- Alisamento;
E muitas outras características de ambos os produtos.
Então, você cabeleireiro(a) não fique desconfiado quando alguém chegar com uma proposta de testes de meia cabeça. Pode ser uma parceria vantajosa e duradoura para ambas as partes. Também para o consumidor já que terá mais um indicativo de que o produto realmente cumpre o que promete, sem falar no orgulho de quando ver o produto nas prateleiras pensar "eu contribuí  no desenvolvimento desse produto !". Só tenham o cuidado de verificar se a empresa que propuser essa parceria é uma empresa séria, sólida e os resultados dos testes anteriores como em mechas, estabilidade, microbiológicos e dermatológicos para sua própria segurança e de seus voluntários, no caso, normalmente são os próprios clientes.


Leia também: Cosméticos para cabelos

Radiação UV e o cabelo

estrutura química
O nosso cabelo sempre está exposto às radiações UV, isso o afeta deixando-o fraco, quebradiço. 

O fotoenvelhecimento capilar está relacionado com a quebra das ligações de dissulfeto, que são responsáveis pela proteção da fibra capilar contra quebras por escovação, temperaturas elevadas -secador e chapinha. A exposição à radiação UV  leva a redução do número de ligações de dissulfeto e ligações cruzadas dessas pontes com peptídeos tornando o cabelo mais fraco.

Redução de força, brilho, ressecamento, textura áspera são alguns danos provocados pela exposição à radiação. Daí a importância do uso de produtos capilares com proteção UV. Shampoos e condicionadores saem com a água, a concentração de filtro que fica no cabelo é muito pequena. Assim, os cremes de pentear se tornam um meio mais eficaz para filtros solares permanecerem no cabelo.

Foto

Para isso, foram desenvolvidos filtros que têm afinidade com a fibra capilar e estabilidade no creme, formando um filme protetor. Octyl methoxycinnamate, Dimethylpabamidopropyl laurdimonium tosylate e Cinnamidopropyltrimonium choloride são exemplos de substâncias com atividade de proteção UV encontradas em cremes de pentear.
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Ciclo de danos aos cabelos


Nossos cabelos estão sempre expostos seja ao sol, mar, poluição, secador de cabelo, chapinha, baby liss, coloração, alisantes, escovação... um "ciclo de danos". Agora vamos conhecer isso mais de perto, com Microscopia Eletrônica de Varredura, método analítico utilizado para entender como o cabelo se comporta frente a esses danos e como se comporta com a utilização de produtos de tratamento.

Leia também: Camadas do cabelo


Repare, esse é um fio de cabelo normal - sem danos:    Lindo !!!

Leia também: Tipos de cabelo

Agora, danificado por escovação:

Podemos observar parte sem cutícula, córtex exposto e até a medula!


Um danificado por tratamento químico descolorante:
Cutícula muito danificada !


e
                         O que é "fundo de clareamento"?


Outro danificado por permanente:
Cutícula danificada !

Alisante...
Córtex quase que totalmente exposto e o que sobrou de cutícula está danificada...


Leia também: Alisantes de cabelo
e


Radiação UV (sol) .... "reparem nos buracos" como se fossem "bolhas que estouraram"


De mais, né? Adoro tecnologia !

É isso que acontece quando achamos que nosso cabelo está "sem vida", sem brilho etc. O ideal é que aceitássemos nosso cabelo como ele é mas a maioria das mulheres não está satisfeita com o cabelo que tem... E é por isso que a indústria cosmética tem evoluído no sentido de criar produtos de tratamento.

BB cream para cabelos???



Pois é, os produtos "beauty balm" para a pele  agora tem sua extensão de linha para cabelos (BB hair cream), uma espécie de "primer leave in" só que para cabelos. Possuem ativos como as microesferas de óleos vegetais que prometem repor lipídeos, restaurar a elasticidade, brilho e sedosidade. Alguns possuem também ação antioxidante, anti-quebra (por escovação), proteção solar e térmica. Devem ser utilizados como finalizadores ou antes de usar secador ou chapinha.



Alisantes de cabelo

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Alisantes são produtos cosméticos, preparações químicas com pH alcalino (acima de 12,0) portanto são preparações que alisam ou relaxam, reduzindo o volume dos cabelos

Têm em sua composição, substâncias irritantes à pele que podem causar queimaduras no couro cabeludo e também levar à quebra e queda de cabelo. Teoricamente, esses produtos se utilizados corretamente de acordo com instruções dos fabricantes e se esses produtos forem devidamente registrados na ANVISA , não devem causar danos.

Leia também: Colorimetria para principiantes


Os produtos alisantes são formados por: agente alcalino, fase oleosa e fase aquosa basicamente. Como agentes alcalinos fortes, podemos encontrar  substâncias com propriedades de alisamento mais comuns em produtos atualmente,  tioglicolato de amônio, hidróxidos de sódio, potássio,cálcio ou de lítio e hidróxido de guanidina. 

O uso do formol (formaldeído solução a 37%) não é permitido como alisante em cosméticos, somente como conservante da formulação (até 0,2%)  ou formador de resina em esmaltes (até 5%) segundo RDC 162/01 ANVISA. O formol também pode deixar os cabelos endurecidos e quebradiços pois solubiliza óleos e portanto dissolve o cimento intracelular e a membrana que envolve as fibras de queratina, tornando –as desprotegidas, sem maleabilidade e brilho. Quando era permitido o uso do formol em escovas progressivas para alisamento, este tinha a função de conservar a forma "chapada" do cabelo e não alisar, a função de alisar era da chapinha.

Leia também: O que é "altura de tom"?


A química dos alisantes

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Devido a alcalinidade dos agentes alisantes, exige-se uma emulsão bem consistente para que o alisante não escorra ou pingue em alguma parte de pele causando irritações e queimaduras.


A fase oleosa contém materiais lipídicos que conferem brilho, agentes condicionantes facilitando a penteabilidade e dão uma certa proteção à fibra capilar. A fase aquosa funciona como veículo de  transporte do ativo alcalino.

O cabelo humano é um tipo de queratina, uma fibra natural composta por cadeias polipeptídicas. O que distingue a queratina de outras proteínas é o seu alto teor de enxofre proveniente do aminoácido cistina. Queratinas são definidas como “ sistemas celulares naturais de proteínas fibrosas ligadas transversalmente pelo enxofre de resíduos cisteicos” , o que as torna altamente resistentes a ataques químicos. Para que ocorra o alisamento é necessário quebrar essas ligações, conseguindo-se assim uma nova configuração do fio do cabelo.












Leia também: O que é nunce ou reflexo em colorimetria cosmética ?

cabelo pode tomar todas as formas dentro do córtex. As protofibrilas alinhadas no sentido do comprimento do cabelo são compostas de duas vezes duas cadeias de queratinas, presas no cimento intercelular. 

A coesão desse conjunto é assegurada por ligações ou pontes entre os átomos de queratina, e é isto que dá ao cabelo força e resistência. A ruptura momentânea ou definitiva de certas pontes provoca a deformação da forma do cabelo

As ligações de dissulfeto,  ligam entre si as cadeias de queratina e ligam essas cadeias ao cimento intercelular. Os agentes alcalinos provocam a separação das cadeias e do cimento que as envolvem. As cadeias de queratina tomam então uma posição diferente. Os ácidos soltam de novo as ligações de dissulfeto do cimento intercelular e fixam os cabelos em uma nova forma, e esse é o princípio de uma forma durável e do relaxamento.










































Leia também: Ciclo de danos aos cabelos

A quebra e o rearranjo das ligações altera permanentemente a estrutura interna das proteínas do cabelo cacheado. Os alisantes atuam em duas fases: alisando a onda do cabelo e fixando uma nova configuração da fibra.  


O pH alto da emulsão intumesce o cabelo abrindo as cutículas. Isto permite que o agente alcalino penetre na fibra capilar e se espalhe até a endocutícula. No córtex, o alisante reage com a queratina, quebrando as ligações estruturais do cabelo (as ligações de dissulfeto), o que amolece e estica o cabelo. Em seguida, retira-se o agente alcalino por meio de lavagem com água e utiliza-se um shampoo neutralizante ácido (para baixar as cutículas) iniciando as ligações cruzadas de lantionina , ligações estas que fixam a nova forma do cabelo.

Assista: Como derivados da amônia agem nos cabelos


Orientações da ANVISA com relação aos alisantes:

"Não utilize produtos sem registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária-ANVISA, pois eles podem conter substâncias proibidas, ou de uso restrito, em condições e concentrações inadequadas ou não permitidas, acarretando riscos à saúde.

Os produtos importados também são registrados obrigatoriamente na Anvisa.

Leia cuidadosamente as instruções na embalagem do produto verificandoprincipalmente: número de registro na Anvisa, prazo de validade, nome do fabricante, advertências, restrições e modo de uso.

Leia todo o folheto explicativo que acompanha o produto, o qual deve conter as informações a seguir:

Não aplicar se o couro cabeludo estiver irritado ou lesionado;

Usar somente para o fim a que se destina, sendo perigoso para qualquer outro uso;

Evitar contato com os olhos. Em caso de contato com os olhos enxágue abundantemente com água e consulte um médico, pois o produto pode causar cegueira;

Manter fora do alcance das crianças.

Caso haja alguma reação durante a aplicação do produto, interrompa o uso e lave os cabelos imediatamente com água corrente.

ATENÇÃO PARA A ROTULAGEM DOS PRODUTOS

Antes de comprar ou usar um alisante, o consumidor e o profissional devem conferir no rótulo do produto o número de registro na Anvisa/MS, que se inicia com o dígito 2 e pode ter 9 ou 13 dígitos.

Exemplo: M.S. (ou ANVS) 2.XXXX.XXXX ou 2.XXXX.XXXX.XXX-X.

Para confirmar se o produto está registrado regularmente, consulte o site da ANVISAwww.anvisa.gov.br, acessando o menu: Serviços/Consultas a Banco de Dados/Cosméticos e realize uma pesquisa. "

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