Para se tornar um bom
formulador cosmético é imprescindível conhecer as
matérias-primas e suas interações, também saber
avaliar protótipos.
Listo
7 passos básicos para ter êxito em suas
fórmulas.
Passo 1: Escolha um benchmark
Um "
benchmark" é uma referência de produto. Sempre existe um
líder de mercado na categoria em que você está
formulando e é este produto que você deve comparar com o seu. É quase impossível atualmente trabalhar na criação de um produto cosmético completamente novo em que não exista um no mercado, seja
nacional ou
internacional, para comparar. Uma dica é acompanhar monitoração de mercado como
Euromonitor ou
Mintel. Também acompanhar o que os consumidores estão comprando mais e o porquê.
Leia também: 7 Conhecimentos que todo(a) formulador(a) cosmético(a) deve ter
Passo 2: Analise seu benchmark
Selecione generalidades e características específicas que você quer avaliar em seu benchmark. Listar as
matérias-primas do rótulo também. Depois teste-o como por exemplo...
Para produtos para
cabelos:
1. Tempo de enxágue;
2. Tempo de formação de espuma;
3. Característica da espuma (cremosa ou não);
4. Sensorial no cabelo durante a aplicação (penteabilidade);
5. Espalhabilidade do produto no cabelo;
6. Sensorial no cabelo após enxágue (penteabilidade);
7.Sensorial no cabelo quando seco (penteabilidade);
8.Odor antes, durante e após aplicação;
9. Aspecto do produto.
Para produtos para
pele:
1. Tempo de secagem na pele;
2. Oleosidade em contato com a pele;
3. "Tack" ( pegajosidade);
4. Sensorial durante e após a aplicação;
5. "Brancura" durante a aplicação;
6. Duração da hidratação;
7. Odor após aplicação;
8. Aspecto do produto.
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Para cada característica desenvolva uma escala de
1 a 5 ou
1 a 10. Faça o teste nos
cabelos ou nos antebraços (para produtos para
pele), por exemplo e ranqueie cada característica do
benchmark . Repita os testes, faça
análises físico-químicas também e analise criticamente os resultados.
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Passo 3: Faça protótipos
Com os resultados obtidos com o seu benchmark, faça seu (s) protótipo(s) e compare. Não faça muitos protótipos, selecione no
máximo 3 fórmulas para ser mais objetivo (a).
Passo 4: Analise seus protótipos
Analise seu (s) protótipo (s) algumas vezes (mesmas análises do passo 2 incluindo as
análises físico-químicas) e compare com os resultados do
benchmark. Veja se vale a pena seguir com a (s) fórmula(s). Se valer, faça
testes de pré-estabilidade como
centrífuga e
banho-maria por exemplo.
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Passo 5: Faça teste cego
O teste cego consiste em desidentificar o
benchmark e avaliá-lo (pessoas que não conhecem o projeto a fundo como você) juntamente o protótipo escolhido, ambos codificados . Dê as amostras codificadas, um
protocolo de aplicação com as instruções e uma
ficha de avaliação para os painelistas. É muito importante treiná-los com o protocolo antes para as avaliações, se for possível. As características avaliadas podem ser as mesmas do passo 2. O importante é compilar os resultados e comparar a percepção dos painelistas sobre a sua
fórmula, a do
benchmark com a sua percepção.
Passo 6: Pare e volte ou siga em frente
Com os resultados do passo 5, siga com o projeto. Se sua
fórmula foi bem avaliada, superior ou não teve diferença do
benchmark você conseguiu seu objetivo. Se não foi tão bem, faça ajustes na
fórmula, diminua ou aumente certas
matérias-primas que julgar necessário ou substitua por outras e volte ao passo 2 até que seu objetivo seja atingido.
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Passo 7: Testes de estabilidade
Passo obrigatório muito importante ! Não deixe de fazer
testes de estabilidade em suas
fórmulas, eles garantirão ou não que seu produto ficará estável dentro do prazo de validade que estipular. Testes básicos: de
geladeira, estufa, temperatura ambiente e microbiológicos são muito comuns.Os detalharei em um
eBook a ser lançado em breve. Aguardem !
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